Quem é Blanca Morales? Conte-nos um pouco sobre si e a sua trajetória
Estudei Direito juntamente com Gestão, na Universidade ICADE de Madrid. Ao terminar o curso, não tinha muito claro onde queria focar a minha carreira, por isso, decidi fazer um Mestrado em Direito para estudar mais aprofundadamente os diferentes ramos do Direito e descobrir o que queria fazer.
Depois de concluir o Mestrado, iniciei a minha carreira profissional na Allen&Overy International Law Firm, onde tive a oportunidade de trabalhar em diferentes áreas do Direito, tais como Direito Processual, Financeiro e Corporativo. Depois de cinco anos na empresa, onde me especializei em Direito Empresarial e Operações Comerciais, decidi mudar de carreira e seguir para o mundo das empresas através da Prosegur, na área de assessoria e de liderança de operações internacionais em países como Alemanha, Filipinas, Singapura, EUA, etc.
Finalmente, depois de um ano a viajar através da Prosegur, tive a sorte de poder integrar a equipa da HipoGes, onde durante dois anos tive a oportunidade de liderar o departamento jurídico e de compliance, o que me permitiu aprender a gerir pessoas e continuar a crescer profissionalmente.
Qual é o feito de que mais se orgulha?
Desde que comecei a trabalhar, sempre dediquei grande parte do meu dia-a-dia ao trabalho deixando a vida pessoal um pouco de lado. Há uns anos, decidi, com o meu marido, deixar o trabalho e uma vida profissional segura e resolvida, e passar 3 meses na Nova Zelândia e na Austrália. Esta decisão mudou a forma como vejo a vida a nível profissional e pessoal, foi uma decisão contra todos os estigmas da sociedade e contra tudo aquilo que as gerações passadas nos vieram ensinar, dizendo que se deve viver para p trabalho. Com esta decisão, seguimos contra isto; aprendemos a trabalhar para viver.
Que medidas acredita serem as necessárias para se atingir uma verdadeira igualdade?
Da minha experiência pessoal, penso que, para alcançar uma verdadeira igualdade, temos de deixar de falar das mulheres como apenas mulheres e de começar a observar os seus méritos e a experiência que cada pessoa pode trazer para o que faz. Não é preciso ter mais mulheres no topo, senão aquelas que realmente valem a pena e querem lá estar. A igualdade acontece quando cada pessoa pode decidir e lutar pelo que quer, é quando todos nós somos valorizados pelos mesmos fatores, independentemente de sermos homens ou mulheres.
Que mensagem gostaria de passar às jovens?
Deixem-nas lutar pelo que querem, que o mundo está a mudar e que está na hora de provar o que valemos. Que nenhuma decisão é má desde que seja o que elas decidiram e não se deixem intimidar pelo que lhes podem dizer ou pensarem delas.
Tirem os sonhos da gaveta!