É notória a evolução do mercado imobiliário nos últimos anos em Portugal. Apesar de se ter registado um record no número de vendas, com 178.700 alojamentos vendidos a nível nacional em 2018, o preço da habitação continua a subir e começa a gerar preocupações internacionais.
Segundo os dados da Confidencial Imobiliário (CI), comparando com o mesmo período do ano anterior, em dezembro de 2018 os preços de venda em Portugal continental aumentaram 15,4%. Em comunicado, a CI afirma que “Esta subida representa uma aceleração face aos 12,8% registados no final de 2017 e reflete o comportamento homólogo predominante ao longo de 2018, que entre abril e setembro se situou entre os 15% e os 16%, chegando mesmo a atingir mais de 17% nos meses de outubro e novembro”.
Em termos homólogos, os preços das casas em Portugal estão a subir acima dos 10% desde julho de 2017, sendo que em novembro do ano passado foi registado o maior pico dos últimos 10 anos com uma subida de 17,3%.
Este clima de valorização da habitação começou há cerca de cinco anos no seguimento da recuperação da crise, apesar de que nesses primeiros três anos a realidade fosse diferente – o crescimento registado em períodos homólogos não ultrapassava os 3%. Desde então verificou-se um aumento constante que se sente até ao dia de hoje. Comparando com 2007, período em que foi registado um mínimo, o preço de venda das casas recuperou 41,4%.
Valoriza o mercado, mas compra-se por menos 22%
Apesar de o mercado estar em constante valorização, quem compra mantém uma postura defensiva e conservadora procurando obter o melhor negócio possível.
Os vendedores, que demoram mais tempo a vender a propriedade, acabam por vendê-la a um preço mais baixo do que estabeleceram inicialmente. Em média são vendidas 22% abaixo do preço inicial, o que revela que os preços de oferta estão muito acima dos preços finais de venda.
O concelho do Porto é o que regista maiores descontos, que vão até aos 30% face ao preço inicial.
Segundo Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, “este diferencial deve-se ao simples facto de a formação de valores ter por benchmark os portais de oferta, onde os proprietários se vão fundamentar para a definição do valor do seu imóvel, gerando um efeito de sobrevalorização que se auto alimenta”.