Foi na passada segunda-feira que o Governo decidiu reforçar a linha de financiamento, de 100 para 200 milhões de euros, criada com o objetivo de dar apoio à tesouraria das empresas afetadas pelo novo coronavírus.
Esta é uma das medidas para mitigar o impacto económico, que está disponível desde dia 12 de março, para micro, pequenas e médias empresas. Numa reunião extraordinária sobre o impacto do vírus na economia nacional, foi acordado um pacote que promete mais apoios às empresas e, ainda, a criação de um regime lay-off simplificado e o adiantamento nos prazos de certas obrigações, nomeadamente fiscais, das empresas.
Anunciado ainda esta quarta-feira, dia 18 de março, pelos ministros da Economia e das Finanças, o Governo vai avançar com a criação de uma nova linha de crédito de 3 mil milhões de euros para apoiar as empresas mais afetadas pelo impacto da pandemia do novo coronavírus.
“Para que as empresas disponham da liquidez suficiente para fazer face aos compromissos, o Governo anuncia um conjunto de linhas de crédito garantidas pelo Estado e que vão ser disponibilizadas através do sistema bancário”, afirmou Pedro Siza Vieira, ministro da Economia. O mesmo sublinhou ainda que estas linhas, “dirigem-se aos setores mais atingidos por esta situação”.
Bancos já subscreveram a medida
Com o objetivo de reforçar os apoios de financiamento do Estado, várias instituições financeiras chegaram-se também à frente para lançar as suas próprias linhas de crédito.
A solução de financiamento disponibilizada pelo Novo Banco pretende “antecipar às empresas as prestações da Segurança Social, que atingem 70% do valor suportado com os salários”. Através desta solução, o banco procura garantir uma liquidez imediata às empresas e, assim, possibilitar um acréscimo de tesouraria, reduzindo o risco de atraso de pagamento de salários.
Por sua vez, o Crédito Agrícola lançou duas linhas de crédito, ambas focadas em apoiar empresas e particulares nas suas despesas. A primeira linha de crédito destinada às empresas pretende dar apoio à tesouraria e tem um prazo máximo de três anos, sem limite por operação. Já no caso da segunda linha lançada para apoiar os particulares, o montante máximo será de cinco mil euros com um prazo máximo de cinco anos.
O BCP e o BPI preparam-se também para apresentar um conjunto de soluções de apoio às empresas. No caso do BCP as soluções disponibilizadas irão alargar-se desde empréstimos de tesouraria e fundo maneio, ao apoio nas exportações e importações, e créditos a colaboradores.
BCE concede 109 mil milhões a 110 bancos da zona euro
Para proporcionar um apoio de liquidez imediato ao sistema financeiro da zona euro, esta terça-feira, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu adjudicar 109.130,5 milhões de euros a 98 dias, a 110 bancos da zona euro, com uma taxa de juro fixa de -0,50%.
A operação foi liquidada ontem, 18 de março, e vence no dia 24 de junho de 2020.
A reunião de política monetária decorreu na passada quinta-feira, na qual o BCE sublinhou que pretende “proporcionar um apoio de liquidez imediato ao sistema financeiro da zona euro, apesar de não ver sinais materiais de tensão nos mercados monetários nem escassez de liquidez no sistema bancário”.