As Smart Cities já são uma realidade na Europa e Lisboa começa a dar os primeiros passos para se tornar uma cidade do futuro. Tal irá acontecer graças à app que a Câmara Municipal de Lisboa promete lançar até ao final deste ano, de modo a revolucionar a forma como as pessoas vivem e desfrutam da capital portuguesa.
Há cerca de ano e meio que a CML está a desenvolver uma plataforma inteligente – a chamada Plataforma de Gestão Inteligente de Lisboa, uma solução tecnológica de monitorização em tempo real da cidade – que reúne todo o conteúdo de mais de trezentos sistemas de informação distintos presentes na cidade de Lisboa e que, até agora, não se interligavam.
O objetivo agora é disponibilizar e otimizar toda esta informação recolhida de forma simples e intuitiva, para melhorar a qualidade de vida de todos aqueles que frequentam a cidade de Lisboa. Como? Através de uma app para smartphone que notifique cada utilizador com informação relevante e personalizada para o seu dia-a-dia, desde soluções de tráfego a sugestões de nível cultural e lazer.
Segundo João Tremoceiro, Chief Data Officer da capital portuguesa, “cada um irá partilhar a informação que quiser, naturalmente”. Ainda assim, e como acontece frequentemente com a maioria das apps, quanto mais informação disponibilizar, mais conteúdo relevante lhe será transmitido. Com todos os sistemas internos da CML interligados, e ainda outros 30 sistemas externos, como a EMEL e Carris, a app visa otimizar a vida dos cidadãos em áreas como a mobilidade, saúde, segurança pública, sustentabilidade e produtividade.
Tomando como exemplo um cidadão que habita na Alameda e trabalha em Sete Rios – a app irá permitir que este receba notificações sobre interrupções de tráfego apenas do percurso que faz normalmente. Irá também notificar com informações de contexto, como eventos do interesse do utilizador utilizando a geolocalização.
Smart Cities devolvem 125 horas de lazer
Para além desta iniciativa desenvolvida pela CML ter como objetivo tornar a vida dos lisboetas mais simples e menos stressante, permite ainda que se “poupe” tempo do dia para realizar outras atividades e aproveitar melhor a vida pessoal.
Segundo um relatório recente da consultora Juniper Research, estas práticas que integram as tecnologias digitais e a partilha automática no ecossistema urbano permitem “devolver” aos cidadãos cerca de 125 horas por ano ou, como equivalente, 15 dias de trabalho.
A estimativa feita pela consultora divide-se nas diferentes áreas em que estas práticas têm impacto, como a mobilidade – onde a Juniper Research alocou 59,5 horas por cidadão, por ano – e a saúde, onde também defende que se pode recuperar 9,7 horas por cidadão.
Portugal Smart Cities Summit 2019
Já a nível nacional, outros municípios começam também à procura de integrar a tecnologia na vida dos cidadãos e, como tal decorreu nos últimos dias, na FIL em Lisboa, a Portugal Smart Cities Summit 2019 – a Web Summit dos municípios, onde se realizam conferências com vários autarcas que pretendem expor as suas ideias para tornar cada cidade portuguesa uma Smart City.