Apesar do impacto substancial registado no mês de maio na capital portuguesa, o mercado dos escritórios, em termos anuais, apresenta ainda números positivos.
Segundo o mais recente Office Flashpoint da JLL, nos primeiros cinco meses do ano, de janeiro a maio, a atividade acumulada do setor superou os resultados do mesmo período do ano anterior: em Lisboa a atividade manteve-se 11% acima do período homólogo, tendo registado uma ocupação de 78.961 m2; já no Porto, manteve-se 10% acima de 2019, com um total de 22.547 m2.
São valores positivos que recebem agora uma “travagem expectável” no mês de maio, resultante do impacto da pandemia. “A dinâmica de ocupação só não se ressentiu mais cedo porque nos dois meses anteriores já sob efeito do confinamento ainda se notou o impacto de operações que estavam a ser negociados antes desta circunstância”, afirma Mariana Rosa Head of Office & Logistics Agency & Transaction Manager da JLL. “Obviamente que numa situação em que toda a economia e as empresas foram obrigadas ao confinamento, o mercado não sai imune”, acrescenta.
Em maio, o mercado dos escritórios em Lisboa registou um volume de menos 82% que no mês de abril e menos 70% que no período homólogo, com apenas 5.271 metros quadrados ocupados. Foi assim o primeiro mês em que se registou um impacto no setor em Lisboa, desde o início do surto de covid-19. Segundo os dados do relatório da JLL, foram apenas registadas 11 operações, maioritariamente de áreas pequenas, com uma área média ocupada de 479 m2 e nenhuma operação a superar os 1.000 m2.
Já na Invicta, a ocupação de escritórios em maio contabilizou 1.834 m2, o que representa menos 17% que no mês anterior e menos 68% quando comparado com o período homólogo. Foram registadas três operações, totalizando uma área média de 611 m2. Contudo, uma das operações concentrou 95% do volume total.
“É preciso relembrar que se trata de uma situação temporária, pois os fundamentais da procura continuam a existir, inclusive em termos de captação de empresas estrangeiras, quer em Lisboa quer no Porto”, recorda Mariana Rosa.