Segundo a análise feita pela Iberian Property, o 3º trimestre é fortemente marcado pelos negócios imobiliários fechados como a venda do Lagoas Park por 421M€ ou a compra dos centros comerciais de outlet Freeport e Vila do Conde Porto Fashion Outlet por 70,M€, segundo estes dois dos dez negócios de maior envergadura do ano de 2020.
A Iberian Property consiste num novo banco de dados que analisa, acompanha e regista a atividade no setor imobiliário, em Portugal e Espanha, e o seu diretor, António Gil Machado, conta que o valor dos dez maiores negócios fechados no setor imobiliário, até Setembro, é cerca de 2000M€.
Segundo os analistas da Iberian Property, o setor imobiliário continuará a singrar e a crescer, devido, principalmente, a juros de taxas baixas e liquidez volumosa, mesmo que exista um abrandamento geral da economia devido à crise provocada pela crise pandémica.
Maiores negócios, mesmo em tempo de pandemia
António Gil Machado vê uma tendência no investimento no setor imobiliário, sendo que a razão destaque acaba por ser uma liquidez “que nunca aconteceu nas últimas décadas”, tornando este tipo de investimento a alternativa principal existente de momento.
O diretor da Iberian Property salientou que os ativos de menor risco são os ativos de eleição para os investidores, onde se vê uma mudança de paradigma. O ano de 2020 começou com investimentos de volume elevados, marcando o 1º trimestre com 1480M€ investidos no setor imobiliário, quase triplicando os valores obtidos no período homólogo, dando destaques aos setores da hotelaria, espaços de escritório e retalho. Agora, esses setores estão entre os que mostram maiores dificuldades.
Ainda assim, o maior negócio fechado do ano foi a venda por parte da Sonae Sierra e APG de 50% da Sierra Prime à Allianz Real Estate e à Elo, por 800M€, negócio que foi dado por terminado semanas antes da declaração de pandemia, em Fevereiro. Outro exemplo de uma grande transação nestes setores foi a compra por 300M€ do portfolio do grupo Bernardino Gomes com 12 unidades hoteleiras, pela Palminvest- que por sua vez é proprietária da rede hoteleira Hollinday Inn Express Portugal.
O setor do retalho arrecadou cerca de 812M€, a hotelaria representou 392M€ e os escritórios 250M, segundo a JLL, tudo no 1º trimestre do ano, o que diferencia do 2º trimestre, que viu o investimento de apenas 49M€ em escritórios e 40M€ em imóveis de uso variado, coincidente com o estado de emergência e a pandemia.
Tendências mudam, mas Portugal está sempre na mira
O diretor da Iberian Property, António Gil Machado, também vê um futuro marcado pelo investimento internacional no setor de habitação, tanto para venda como para arrendamento, tendência vista lá fora.
Outro setor em crescimento é o setor da logística, devido ao aumento das compras online durante esta pandemia e consequente estado de emergência, com especial destaque nos postos de distribuição noturna, devido ao facto de se tratar de postos de logística de proximidade.
Já Pedro Lancastre, CEO da JLL em Portugal, concorda que o país não saiu do “radar” dos investidores, que por sua vez não parram de investir, mesmo com a chegada da pandemia. Ainda assim, considera que 2020 nunca deixe de ser um ano de incerteza no mercado, explicando ainda que “estes últimos 4 meses do ano vão ser fulcrais para consolidar este sentimento de retoma que está em marcha”.
Fonte: Expresso