O ano de 2020, agora analisado em retrospetiva, é considerado o terceiro melhor ano de sempre para o setor de investimento imobiliário, mesmo com a situação epidemiológica no mundo.
Apesar de, em comparação ao período homólogo, se observar uma queda de 20%, o ano de 2020 registou 2.600M€ em investimento imobiliário comercial e cerca de 24.000M€ em investimento imobiliário de habitação, tornando o ano agora passado o terceiro melhor de todos os tempos para este setor.
Como já tinha sido noticiado anteriormente, o setor imobiliário de investimento foi sempre considerado o mais provável de vencer a crise pandémica, pois demonstrou sempre grande resiliência face à crise pandémica, moldando-se às necessidades atuais.
A consultora JLL, que divulgou as estimativas para o fecho de 2020 no passado dia 31 de Dezembro, sempre defendeu a resiliência do setor, mesmo dadas as circunstâncias em que se encontrava. O comportamento do setor foi de constante estabilidade nas rendas e preços de compra e venda, sendo que o valor transacionado foi inesperadamente elevado, representando 2.6000M€ no segmento comercial e 24.000M€ no segmento residencial.
As diferenças para 2019 não são assim tão dispares, sendo que o segmento comercial, no ano de 2019, arrecadou um total de 3.240M€ para o setor de investimento imobiliário comercial e cerca de 25.100M€ para o setor de investimento imobiliário de habitação. Recuando um pouco mais, até 2018, as transações foram de 3.356M€ em imobiliário comercial e 24.100€ em imobiliário habitacional.
Pedro Lancastre, Diretor-geral da JLL Portugal, afirma que “não fosse a proliferação da Covid-19, 2020 teria sido o melhor ano de sempre para este setor, quebrando novos recordes”. O “ritmo disruptivo”, imposto sobre as ofertas de compra, venda e aluguer, resultante da nova realidade associada à proliferação da Covid-19, foi de se notar. No entanto, após “um 2º trimestre de pânico num quadro de absoluto desconhecimento”, seguiu-se um 3º trimestre de habituação, regresso lento à antiga normalidade e novas transações, terminado o ano de 2020 num 4º trimestre onde a confiança no setor estava já a caminho de uma grande recuperação, marcado pelo “regresso de muitos investidores ao ativo”, conta Pedro Lancastre.
Fernando Ferreira, Head of Capital Markets da JLL Portugal, analisa o ano de 2020, explicando que Portugal “mantém-se no radar dos investidores internacionais, pois continua a apresentar os fundamentais que antes os atraíam”, sendo que se destaca a peculiar atração pelo segmento dos escritórios, que continuou em crescimento apesar da pandemia e o gradual “escrutínio por parte dos investidores” ao segmento do retalho, especialmente no que toca aos centros comerciais. O mercado da habitação mostrou-se seguro e em crescimento, afetado por pequenos fatores de vez em quando, e o segmento industrial e da logística foi um dos setores que melhor mostrou a confiança dos investidores ao observar-se um crescimento e um destaque.
Concluindo, o ano de 2020 foi o terceiro melhor ano para o setor de investimento imobiliário, tendo não perdido a confiança dos investidores nacionais e internacionais e demonstrando, ao longo dos quatro trimestres, um gradual destaque enquanto setor vencedor da crise pandémica. O ano de 2021 mostrará que o mercado se está a “adaptar às tendências que surgiram com a pandemia”, como afirma Patrícia Brandão, Head of Residential da JLL Portugal, e que trará diferentes tipos de espaços de trabalho e de habitação, bem como nascerá uma maior aposta nos espaços exteriores, o que será “muito importante para a dinâmica do mercado em 2021”, conclui.
Fonte: Diário Imobiliário